Embora o Hospital Universitário da UFSC se utilize de Murais para transmissão de informações para sua comunidade – que inclui os diferentes públicos: agentes da saúde, servidores, professores, residentes, pacientes, colaboradores e parceiros – a maior parte destes murais ainda são físicos, de madeira ou cortiça, com ou sem vidro e nos quais são fixados cartazes de papel.
Estes cartazes são fixados pela administração das unidades e do próprio HU. O processo é totalmente manual e burocrático, não condizente com as necessidades da comunicação interna institucional. A fixação de cartazes nas paredes de algumas áreas denota uma desorganização de ordem comunicacional. Também é notória a densidade informacional destes cartazes causando ruídos físico e semântico no processo comunicacional.
Como forma de qualificar este processo, bem como atualizar tecnologicamente as ferramentas utilizadas, foi lançado, em fevereiro de 2021, o Projeto Murais Digitais. A proposta deste projeto é a gradual substituição dos murais físicos por monitores de TV, vinculados a um sistema gerido pela Unidade de Comunicação, para que esta possa administrar de forma mais ágil e organizada, atualização dos conteúdos informacionais.
Outro fator relevante dentre as justificativas para a substituição dos murais analógicos é que seus sucessores digitais fornecem uma inédita interatividade com o usuário. Seja com a possibilidade de o administrador escolher diferentes conteúdos para diferentes públicos, seja na possibilidade de uso de ferramentas interativas na tela (como QR codes e links para redes sociais), os murais digitais fornecem uma interatividade inédita, além de ser um importante avanço tecnológico.
O recente crescimento no mercado de sinalização digital é promissor, e provavelmente veremos uma consolidação em torno de fatores formais e interfaces de usuário. A oportunidade de interface com dispositivos móveis é particularmente interessante, pois isso pode levar à personalização útil das informações apresentadas nos dispositivos de sinalização digital (WANT & SCHILIT, 2012, p. 24).
É cada vez maior a tendência de que esse tipo de recurso digital faça parte da vida das pessoas, pois seu custo de implantação é inversamente proporcional ao avanço do desenvolvimento de sua tecnologia. Em seu artigo “Interactive Digital Signage”, Want & Schilit (2012, p. 21) já afirmavam que “a sinalização digital aparecerá em breve em todos os aspectos da vida cotidiana, oferecendo uma terceira plataforma fundamental que, juntamente com smartphones e tablets, apoiará a comunicação no século XXI”.
É preciso frisar que o desenvolvimento destes templates sempre buscou a otimização da interface dessas telas com os usuários. É a interface que diferencia a capacidade comunicativa deste tipo de suporte para as mensagens. Segundo BONSIEPE (1997, p. 12),
a interface revela o caráter de ferramenta dos objetos e o conteúdo comunicativo das informações. A interface transforma objetos em produtos. A Interface transforma sinais em informação interpretável.
O resultado deste processo inicial de mapeamento resultou no wireframe com a distribuição do conteúdo por áreas. A partir deste wireframe, foi produzido no software Figma, um template adaptado às necessidades do HU-UFSC, que pudesse ser utilizado por toda a equipe da Unidade de Comunicação.
Etapas Recentes
Em uma etapa mais recente, com a colaboração de alunas voluntárias – oriundas do curso de Design – o projeto avançou para a produção de outros templates para telas, também. É o caso, por exemplo, do uso dos murais digitais para divulgação das campanhas informativas. Algumas dessas campanhas são de caráter extraordinário (como o incentivo à vacinação contra a Covid- 19, esclarecendo mitos e dúvidas frequentes); outras, sazonais e educativas (como as campanhas de prevenção, mensais, baseadas em cores; p. ex.: fevereiro roxo/laranja, outubro rosa, entre outras).
Resultados Obtidos
Comunicação mais eficiente e efetiva – A produção de telas a partir do template proporcionou agilidade e efetividade para a divulgação das informações levantadas pela Unidade de Comunicação, eliminando etapas indesejadas do processo, como a criação de leiautes de uso único ou, ainda, a produção de impressos por parte de terceiros. Outra questão relevante é que nos murais eletrônicos há a possibilidade de divulgação de notas, notícias e campanhas que não eram divulgadas anteriormente nos murais analógicos.
Redução da densidade informacional, dos ruídos físico e semântico no processo comunicacional nos locais onde os monitores já substituíram os murais analógicos – Com a redução da produção de cartazes físicos, em papel, as informações que já não necessitam mais de divulgação são simplesmente retiradas da programação de telas dos monitores, não gerando qualquer tipo de material impresso residual, ao contrário das práticas anteriores, que resultavam em comunicações contendo informações antigas e não mais válidas, mas ainda expostas durante muito tempo depois.
Contribuição real para a redução de gastos operacionais e de processo, frutos de problemas de comunicação – A Unidade de Comunicação do HU-UFSC reduziu consideravelmente a quantidade de impressão de cartazes e material para os murais. Grande parte das informações a serem divulgadas são feitas através dos Murais Digitais.
Equipe de Desenvolvimento
Airton Jordani – Coordenação de UX Design
Joanna Mayr – UX Design
Lisandra Dias – Coordenação Geral do Projeto
Ricardo Torres – Coordenação de Comunicação
