Análise de usabilidade do e-reader Kobo

Apresentação

  • Dispositivo analisado:  e-Reader (leitor de livros digitais)
  • Análise de um único modelo e fabricante: Klobo Glo
  • Comercializado no Brasil em parceria com a Livraria Cultura
  • Kobo, anagrama da palavra Book (livro)

Função

  • Pesa apenas 185 gramas
  • Desenvolvido para tornar a leitura acessível em qualquer lugar
  • Tela antirreflexo e luz interna com brilho suave
  • Armazena até 1.000 livros internamente, podendo chegar a 30.000 livros (cartão SD)
  • Tela com tecnologia de tinta eletrônica (e-ink) ou papel eletrônico (e-paper)

Contextos de uso

  • Diferencial: distribuição de e-books de forma aberta (leitura de títulos comprados  em outros dispositivos ‘read freely’)
  • Pode ser utilizado para diversas finalidades: estudo, lazer, etc
  • Praticidade em transportá-lo, levando em consideração seu tamanho e peso reduzidos, se comparado ao livro tradicional

“A usabilidade é a qualidade que caracteriza o uso dos programas e aplicações.” Cybis (2010)

Instrumentos de Avaliação

  • Avaliação heurística: importante técnica para avaliação de interfaces
  • “Uma grande vantagem do uso da análise heurística consiste na simplicidade e no fato de que pode ser conduzida, também, durante o processo projetivo, em suas diversas etapas.” SALMON (2004)
  • Trata-se de avaliação qualitativa, depende de inferências subjetivas, feitas pela pessoa que avalia
  • Julgamentos de acordo com princípios reconhecidos, chamados de heurísticas

“A avaliação Heurística, termo cunhado por Jakob Nielsen e Rolf Molich, foi criada em 1990, como um método de inspeção para encontrar determinados tipos de problemas em uma interface do usuário.” Santa Rosa & Moraes (2008)

Análise segundo as Heurísticas de Nielsen

  1. Visibilidade do status do sistema – o dispositivo falha em manter seu status visível. Com a tela desligada, o aparelho apresenta uma tela semelhante ao seu status “ligado”
  2. Equivalência entre o sistema e o mundo real – provavelmente a heurística em que o Kobo Glo se sai melhor. Uso do e-Reader é uma metáfora constante dos livros impressos.
  3. Controle do usuário e liberdade – Encontrada dificuldade para encontrar a saída e os controles de paginação avançados (que não apenas o método intuitivo de virar a página com o dedo). O ‘desfazer e fazer’ oferecido pela interface carece de clareza e demarcação
  4. Consistência e padrões – O Kobo busca seguir convenções conhecidas dos leitores tradicionais. Ponto crítico: o botão de liga/desliga que fica na parte superior do aparelho
  5. Prevenção de erros – Não há uma grande preocupação da interface em prevenir erros do usuário. Talvez por não ter funções muito complexas, o sistema não se preocupa em previnir erros de forma explícita
  6. Reconhecimento ao invés de memorização – O sistema de leitura de livros digitais no Kobo Glo busca minimizar a carga de memória do usuário, tornando objetos, ações e opções visíveis, conforme Nielsen sugere
  7. Flexibilidade e eficiência de uso –  sistema do Kobo trata de forma muito semelhante os usuários experientes e os novatos.
  8. Estética e design minimalista – Os diálogos e a interface do Kobo como um todo, são bastante minimalistas, não há excesso de informação em suas telas
  9. Ajudar os usuários a reconhecer, diagnosticar e recuperar ações erradas – Não foi encontrada, durante o uso de ambos os avaliadores, nenhuma mensagem de erro explícita. Possivelmente por conta do caráter objetivo da interface, os erros cometidos pelo usuário são percebidos apenas por ele mesmo (p.ex.: voltar ao menu de livros, quando na verdade intencionava-se voltar ao sumário do próprio livro), quando sua tarefa acaba sendo realizada de forma errada
  10. Ajuda e documentação – O manual do Kobo Glo é bastante deficiente. É mais fácil encontrar suporte em fóruns e no próprio site do fabricante, do que no material que vem com o dispositivo

Conclusões

  • O dispositivo em questão poderia melhorar sua usabilidade, com alguns pequenos ajustes na interface
  • Melhoria na questão dos botões, inclusive para ajustes
  • Avaliação positiva: interface simples e leitura confortável
  • Metódo de avaliação por heurísticas – roteiro de apoio
  • Estudos futuros possíveis: maior número de avaliadores, comparativo entre os principais e-Readers, na apenas pela Kobo, mas de outros fabricantes

Referências

  • CIBYS, W.. Ergonomia e usabilidade: conhecimentos, métodos e aplicações. São Paulo: Novatec Editora. 2010.
  • KOBO. Site oficial. Disponível em: www.kobo.com
  • NIELSEN, J.; MOLICH, R. Heuristic evaluation of user interfaces. In J. C Chew & J. Whiteside (eds). Empowering people: CHI 90 Conference Proceedings (pp. 249 – 256) Monterey, CA: ACM Press, 1990.
  • NIELSEN, J. How to conduct a Heuristic Evaluation (Jan, 1995).
  • _______. 10 Usability Heuristics for User Interface Design (Jan, 1995).
  • SANTA ROSA, J.G.; MORAES, A. Avaliação e projeto no design de interfaces. Teresópolis, RJ: 2AB, 2008.